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segunda-feira, 16 de abril de 2012

Política educacional e remuneração do professor: É UMA VERGONHA


O salário? Ó!
Muito tem se discutido a respeito das melhorias necessárias na política educacional atinentes ao professor, principalmente o quesito salário. Há quem diga que o principal fator negativo é lack of commitment, a falta de compromisso do professor. Há quem defenda uma política educacional que proponha melhorias sem necessariamente mexer no salário do professor  (como Gustavo Ioshpe). Porém, uma política educacional eficaz deverá sim levar em conta a remuneração.
Se o principal problema é a falta de compromisso do professor, investiguemos a origem dessa falta de compromisso. Aposto que pode ser a baixa atratividade da profissão tendo em vista o pouco reconhecimento e também – principalmente – o baixo salário. Ninguém trabalha de graça. O problema, muitas vezes, daqueles que dizem que “não é só questão de salário” é que na verdade eles não querem que o salário seja problema. O salário nunca é o problema. Querem contornar o problema de tudo quanto é jeito, saindo pela tangente, sem mexer no salário.
O baixo reconhecimento social e salarial do professor, considerando que antes era uma profissão mais prestigiada, faz com que ele tenha que trabalhar em 2, 3 empregos para se manter. Assim, ele não tem tempo para aproveitar o dinheiro que ganha. Também não tem tempo para estudar, atualizar-se e pesquisar sobre aquilo que leciona (o que afeta diretamente a qualidade do ensino).
Incompetência tem em todo lugar. Mas o professor – o professor mesmo, não esses figurões que usam com exemplo pra desvalorizar a profissão – pela importância do trabalho que exerce, deveria ser do time do advogado, do engenheiro e etc. Temos que pensar numa política macro, poliefetiva, não em casos aqui e ali de falta de profissionalismo. E isso teria que passar sim por melhoria no salário do professor, que tem chutado o balde justamente por ter sido tratado antes como lixo do que qualquer coisa.
Não é só com a profissão de professor que há insatisfação com o salário, mas, comparando a situação do professor com a de outras profissões, o professor o salário do professor está muito aquém do que seria justo e sensato.
Todos merecem salário digno sim, mas é possível estabelecer uma cadeia de valoração em termos de salário. O salário de um profissional depende em grande conta da procura por essa profissão. Mas no caso do professor, a procura é grande, mas o salário continua baixo, o que diminui a atratividade da profissão, faz com que cada vez mais jovens desistam de seguir a profissão (ou sigam por falta de opção e não gosto pessoal, o que pode fazer com que mudem logo de ramo) e, com menos professores (menos oferta), há menos concorrência, menos opções de escolha, e isso afeta diretamente a qualidade do ensino.
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segunda-feira, 16 de abril de 2012

Política educacional e remuneração do professor: É UMA VERGONHA


O salário? Ó!
Muito tem se discutido a respeito das melhorias necessárias na política educacional atinentes ao professor, principalmente o quesito salário. Há quem diga que o principal fator negativo é lack of commitment, a falta de compromisso do professor. Há quem defenda uma política educacional que proponha melhorias sem necessariamente mexer no salário do professor  (como Gustavo Ioshpe). Porém, uma política educacional eficaz deverá sim levar em conta a remuneração.
Se o principal problema é a falta de compromisso do professor, investiguemos a origem dessa falta de compromisso. Aposto que pode ser a baixa atratividade da profissão tendo em vista o pouco reconhecimento e também – principalmente – o baixo salário. Ninguém trabalha de graça. O problema, muitas vezes, daqueles que dizem que “não é só questão de salário” é que na verdade eles não querem que o salário seja problema. O salário nunca é o problema. Querem contornar o problema de tudo quanto é jeito, saindo pela tangente, sem mexer no salário.
O baixo reconhecimento social e salarial do professor, considerando que antes era uma profissão mais prestigiada, faz com que ele tenha que trabalhar em 2, 3 empregos para se manter. Assim, ele não tem tempo para aproveitar o dinheiro que ganha. Também não tem tempo para estudar, atualizar-se e pesquisar sobre aquilo que leciona (o que afeta diretamente a qualidade do ensino).
Incompetência tem em todo lugar. Mas o professor – o professor mesmo, não esses figurões que usam com exemplo pra desvalorizar a profissão – pela importância do trabalho que exerce, deveria ser do time do advogado, do engenheiro e etc. Temos que pensar numa política macro, poliefetiva, não em casos aqui e ali de falta de profissionalismo. E isso teria que passar sim por melhoria no salário do professor, que tem chutado o balde justamente por ter sido tratado antes como lixo do que qualquer coisa.
Não é só com a profissão de professor que há insatisfação com o salário, mas, comparando a situação do professor com a de outras profissões, o professor o salário do professor está muito aquém do que seria justo e sensato.
Todos merecem salário digno sim, mas é possível estabelecer uma cadeia de valoração em termos de salário. O salário de um profissional depende em grande conta da procura por essa profissão. Mas no caso do professor, a procura é grande, mas o salário continua baixo, o que diminui a atratividade da profissão, faz com que cada vez mais jovens desistam de seguir a profissão (ou sigam por falta de opção e não gosto pessoal, o que pode fazer com que mudem logo de ramo) e, com menos professores (menos oferta), há menos concorrência, menos opções de escolha, e isso afeta diretamente a qualidade do ensino.
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